--:--
--:--
  • cover
    Alberto Lopes

--:--
--:--
  • cover
    Alberto Lopes

Facções usam quase mil postos de combustíveis para lavar dinheiro no Brasil

Facções usam quase mil postos de combustíveis para lavar dinheiro no Brasil

Foto: Alberto Lopes

Uma força-tarefa coordenada por órgãos federais e estaduais identificou a atuação do crime organizado em 941 postos de combustíveis distribuídos por ao menos 22 estados brasileiros. Facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho, Família do Norte e grupos milicianos estariam infiltrados no setor, usando os estabelecimentos para lavagem de dinheiro, fraudes fiscais e adulteração de combustíveis.

Segundo o levantamento, São Paulo e Goiás lideram em número de postos sob suspeita, com 290 e 163 casos, respectivamente. Em seguida aparecem Rio de Janeiro (146), Bahia (103) e Rio Grande do Norte (88). As investigações mostram que, em muitos casos, as redes criminosas operam de forma interligada em diferentes regiões do país.

A apuração é fruto do trabalho de um núcleo estratégico do Ministério da Justiça, que reúne Polícia Federal, Receita Federal, Coaf e Ministério de Minas e Energia. Em operações anteriores, como a “Rei do Crime”, a PF já havia revelado um esquema de movimentação de R$ 30 bilhões em apenas quatro anos, controlado por facções.

O setor de combustíveis, altamente lucrativo e com grande fluxo de dinheiro em espécie, tornou-se atrativo para grupos criminosos. Estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública revelou que o crime organizado fatura mais com fraudes em combustíveis do que com o tráfico de cocaína: R$ 61,5 bilhões contra R$ 15 bilhões anuais. As perdas fiscais com sonegação e irregularidades no setor podem chegar a R$ 23 bilhões por ano.

Empresários e entidades como o Instituto Combustível Legal pressionam por medidas legislativas mais rigorosas para combater fraudes e impedir o uso criminoso da cadeia de distribuição de combustíveis. *Com informações do Bahia.ba

Compartilhe: