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O Dia da Consciência Negra, comemorado em 20 de novembro, é uma data que convida à reflexão sobre a história, a cultura e a contribuição do povo negro para a construção do Brasil. A data foi escolhida em homenagem a Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, símbolo da resistência negra contra a escravidão. Mais do que uma celebração, o dia é um marco de luta contra o racismo estrutural, a desigualdade social e a discriminação que ainda persistem na sociedade brasileira.
No Brasil, onde mais de 56% da população se declara negra ou parda, a luta pela igualdade de direitos continua sendo um desafio. Apesar de ser um país marcado pela diversidade, as estatísticas revelam um cenário de desigualdades profundas. Pessoas negras têm menor acesso a educação de qualidade, empregos bem remunerados e saúde adequada, além de estarem mais sujeitas à violência policial e à exclusão social.
Na Bahia, estado com a maior concentração de pessoas negras no Brasil, essas contradições tornam-se ainda mais evidentes. Apesar de sua rica cultura afro-brasileira ser motivo de orgulho e reconhecimento, o povo negro baiano enfrenta altos índices de pobreza, dificuldade de acesso a políticas públicas e preconceitos enraizados. Esse paradoxo reflete a complexidade de um país que valoriza a cultura afrodescendente em aspectos simbólicos, mas não garante equidade para a população negra em sua vivência cotidiana.
Por isso, o Dia da Consciência Negra não é apenas uma celebração, mas um chamado à ação. É uma oportunidade de reconhecer a dívida histórica do Brasil com a população negra e de reforçar a importância de políticas públicas que promovam a inclusão, o respeito e a valorização da diversidade. Na Bahia, assim como em outras regiões do país, é fundamental continuar promovendo espaços de diálogo, resistência e valorização da identidade negra, para que as futuras gerações vivam em uma sociedade mais justa e igualitária.
Por Alberto Lopes