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Setembro Amarelo: CAPs de Brumado desenvolve trabalhos de conscientização

Setembro Amarelo: CAPs de Brumado desenvolve trabalhos de conscientização

Foto: Agorasudoeste

O mês de setembro, batizado como setembro amarelo, é bastante movimentado no setor público com medidas cautelares e atos de conscientização de combate ao suicídio. Em Brumado, a unidade de saúde do CAPs tem desenvolvido muitas atividades que ajudam aliviar o sofrimento de pessoas que sofrem com algum problema psicológico.

O Repórter Fabiano Neves esteve no local, conversando com a coordenadora e enfermeira Liliane, onde a mesma explicou que o CAPs é totalmente financiado pelo SUS, e que os trabalhos são desenvolvidos, não só em setembro mas durante todo o ano. “Quando a pessoa sente que ela está precisando de apoio e suporte emocional ela pode procurar o serviço, que que iremos avaliar o risco que a pessoa tem de desenvolver algum problema emocional. Após avaliado a gente classifica a prioridade. Havendo necessidade mais urgente, ela é atendida ainda na unidade, passa com o psiquiatra, com o psicólogo, e já recebe o medicamento aqui mesmo”, disse, afirmando que isso é feito porque se for colocar barreiras como pedir que o paciente passe primeiro em um clínico, busque alguma guia, ou algo do tipo, ele pode não retornar, ou até mesmo tentar contra a vida. Ainda segundo ela, não é fácil por exemplo um dependente químico pedir ajuda para parar com o vício, e por isso tem prioridade.

Questionada sobre quais são os profissionais que atende na unidade de Brumado e quantos pacientes passam por dia no local, Liliane respondeu que todos os CAPs devem atender até 30 pessoas por dia, mas em Brumado a demanda foi aumentada para 45 pessoas diariamente, chegando até 60, na demanda fixa. Isso fora os pacientes de demanda de rotina, que são pessoas que vão apenas para acompanhamento com psicólogo, ou buscar medicamentos. Juntando tudo, são mais ou menos 15 mil prontuários abertos no momento na unidade.

Indagada por Fabiano de onde são as pessoas atendidas, Liliane responde que o CAPs da cidade, é regional e pactuado, e portanto, são atendidas pessoas de Malhada de Pedras, Brumado, Aracatu, Livramento, Dom Basílio, e a equipe está disposta sempre a atender até pessoas de municípios que não estão pactuados. “A gente entende que a pessoa, mesmo que não esteja nesses requisitos, se ela pede socorro, ela já pensou muito em pedir essa ajuda e a gente não nega o atendimento. Posteriormente a gente encaminha ao município de origem”, relata.

A Profissional ainda respondeu sobre de que forma a família pode detectar que o paciente precisa de ajuda e deve encaminhá-lo a uma unidade do CAPs. Para ela, a melhor forma é através da informação, e quanto mais é falado sobre o assunto, mais fácil fica para as famílias saberem a hora e o momento certo de agir.

Ainda no bate-papo com Fabiano, a coordenadora informou os diversos trabalhos que são desenvolvidos no local. “Na verdade, além do suporte psicológico e social nós trabalhamos a restauração de vínculos, a auto estima, para que o paciente e sinta-se importante e valorizado, fazendo parte de algo maior, e para isso, temos a oficina terapêutica, para que nossos pacientes desenvolvam suas atividades, durante o tempo em que ele estiver aqui na unidade”, concluiu.

A psicóloga Raiana que faz atendimento na unidade, na mesma entrevista, afirma que a faixa etária de idade atendida, a maioria são de mulheres, principalmente em psicoterapia. Segundo ela, os homens ainda têm bastante resistência em admitir que estão com suas fragilidades emocionais e procurar os serviços. “Nesse mês de prevenção a gente sabe que cada um passa por dificuldades, mas tudo tem saída. Temos sempre que nos dar uma segunda chance pra tudo. Quem pensa em suicídio, nunca quer tirar sua própria vida, apenas quer tirar a angustia que sente”, finalizou, afirmando que procurar religião, um amigo, os centros de referências, ou algo que faça bem a pessoa, até mesmo com alimentação e exercícios, são ótimas dicas para ter uma boa saúde psicológica.

Raiana ainda diz que a principal para não deixar que pessoas tirem suas próprias vidas são os apoios. Para ela, não se pode ter preconceito nem por parte da pessoa nem da família. Tem que procurar os meios de recuperação, e a família também tem de estar atenta aos sinais, porque todos que cometeram suicídio algum dia, mostraram comportamentos diferentes. Portanto os familiares tem que estarem presentes e apoiar, procurando ajudar de alguma forma.

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